Conceito Histórico

 

 

A caminhada dos Judeus como povo instituído e constituído pelo Eterno, começou muito antes do termo “Judeu” ser convencionado como tal. Nesse caso, HaShem (um dos termos para o Nome de D’us) estabeleceu um Pacto (Aliança) com Avraham, um indivíduo descendente de Sem (um dos filhos de Noach) oriundo da antiga Mesopotâmia (atual Iraque), com o propósito de que, por meio dele e de sua descendência, todos os povos da Terra seriam abençoados (Gn. 12.3). Assim, Avraham teve vários filhos, dos quais, dois se destacam, a exemplo de Yisma’El (patriarca dos Árabes) e Yitzhak (patriarca dos Judeus). Desse modo, dentre estes, Yitzhak foi o responsável por dar continuidade a linhagem do Pacto, estabelecido entre HaShem e Avraham. Além disso, um dos grandes marcos para esta Aliança, era a Brit Milah (circuncisão), que é o corte do prepúcio no oitavo dia de nascimento, nesse caso, tal ato serviria (e ainda serve) como uma espécie de atestado ou certidão de nascimento, entre os que nasciam no contexto da Aliança.

 

Sendo assim, Yitzhak teve dois filhos Esaú e Yaakov, cabendo a Yaakov, o dever de prosseguir com a Aliança. Assim, temos a origem das Doze Tribos de Israel, considerando que cada um dos doze filhos (somente os homens) de Yaakov, tornaram-se patriarcas de cada uma, de acordo com os seus respectivos nomes, ou seja, Yehudah, Asher, Dan, Efraim, Gad, Yissachar, Menashe, Naftali, Reuven, Shimon, Z'vulom e Benyamin.

 

Nesse sentido, após descerem ao Egito, para escaparem da fome que assolava o Oriente Médio naquela época, os Hebreus (que também eram chamados de Israelitas), tornaram-se escravos por 490 anos. Até que HaShem, despertou Moshe (Moisés), para guiar as tribos de volta a Terra Prometida (Hebrom, atual Israel).

 

Assim, nesse contexto de retorno, HaShem entrega para Moshe as Tábuas da Lei, com os 10 Mitzvot (Mandamentos), isto é, os estatutos da Lei Moral, para serem seguidos pelo Povo. Desse modo, durante a caminhada no deserto, que durou 40 anos, estes estatutos serviram de base para a elaboração de mais 603 Mitzvot, distribuídos em: Lei Cerimonial e Judicial; totalizando os 613 Mitzvot do povo Israelita.

 

 Ao chegarem em Hebrom, tiveram inúmeras batalhas para se estabelecerem como reino (dos quais vemos até hoje nos dias atuais). Desse modo, coube a Tribo de Yehudah (Judá), a indicação a cadeira real em Israel, para guiar as demais tribos. Sendo que, dos vários Melechim (reis), os mais notáveis foram David, e seu filho Shlomo. Mas, a queda de Israel se deu quando o reino foi dividido em duas partes, sendo de um lado, Yehuda e Benyamin (representando o Reino de Judá, com o legitimo sucessor de Shlomo); e do outro, as dez tribos restantes (representando o Reino de Israel, com o ilegítmo sucessor de Shlomo).

 

Tal divisão, contribuiu para que reinos como a Babilônia (primeira Diáspra), a Medo-Persia, a Mocedônia (gregos) e Roma (segunda Diáspora), se apoderassem das terras israelitas, originando as diáspora do Povo Judeu e dos demais Israelitas (as dez tribos restantes) pelo Mundo.

 

O próprio Yeshua HaMashiach (Jesus O Messias), viveu neste período de divisão, exatamente durante a invasão do último império dominante em Israel (o Império Romano). Lembrando que o contato de Yeshua com os Seus irmãos Judeus, ocasionou uma divisão no Judaísmo, entre os que criam nEle como Mashiach (os Messiânicos) e os que não criam (Ortodoxos). Entretanto, o que devemos ter em mente é que o Mashiach, dentre os própósitos de HaShem, não veio constituir uma nova religião, mas sim, aprimorar o Judaísmo, ou seja, a religião Monoteísta constituída por HaShem, conduzindo a humanidade (Judeus e Gentios) para um Teshuvah (retorno) direto, aos princípios propostos pelo Eterno.

 

E, entre outras questões, considernando o contexto da segunda Diáspora, proposta por Roma, os Judeus passaram por inúmeros problemas para se manterem existentes no Mundo. Entre estes, destacam-se: as deturpações das ensinamentos do Mashiach, por parte do Imperador Constantino (criando oficialmente o Cristianismo no século III d.C.); as Inquisições e as fogueiras, impostas pela Igreja Católica na Idade Média; e o Holocausto, atribuído pelos Nazistas durante a Segunda Guerra Mundial (1939–1945).

 

Porém, apesar dos problemas sofridos por quase 2000 anos de perseguições, os Judeus tiveram direito de retornar ao seu lar original, com a resolução da ONU em 29 de novembro de 1947, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha, que deu o Voto de Minerva, fundando assim, o Estado de Israel. Que mais tarde, em 14 de maio de 1948, Ben Gurion pôde declarar a Independência e oficializar a constituição da jovem e milenar nação hebreia.

 

Portanto, no decorrer desta reflexão histórica, um detalhe bastante importante a se observar, é que os termos Hebreus, Israelitas e Judeus, são de fato, proporcionais; além de que, Judeus são os Israelitas (ou Hebreus) provindos das Tribos de Yehudah e Benyamin; enquanto os demais Israelitas das tribos restantes, ainda estão perdidos e espalhados pelo Mundo. Além de que, o termo israelense, é um termo pátrio atribuídos aqueles que nasceram no atual território do Estado de Israel (independente de serem ou não Judeus). E desse modo, deve-se ter em mente, que o Povo Judeu passou, e vem passando, por inúmeras conquistas em todos os campos, mesmo estando debaixo de um forte espírito Antissemita proposto pelas nações inimigas.